Milho: o que você precisa saber para chegar a 300 sacas por hectare
06/08/2019
PRODUTIVIDADE
Milho: o que você precisa saber para chegar a 300 sacas por hectare
Para o produtor rural Eliseu Schaedler, que há quatro décadas vem fazendo história no agronegócio, a missão é possível.
O programa Mais Milho, conta a história de Eliseu Schaedler. O produtor rural do pequeno município de Boa Vista das Missões, norte do Rio Grande do Sul, tem uma obsessão: atingir 300 sacas de milho por hectare. Uma missão nada impossível para o agricultor, que há quatro décadas vem fazendo história no agronegócio.
Professor Pardal
No início dos anos 1980, o gaúcho foi um dos primeiros produtores rurais a adaptar as plantadeiras para o plantio direto, inovação que viria revolucionar a agricultura brasileira.
“A gente foi tentando acompanhar a necessidade que se foi criando, trabalhamos por diversos anos com adaptações e depois criamos plantadeiras. O mercado precisava mais do que adaptação. E a gente percebia que tinha que crescer na vertical, buscando cada vez mais, de acordo com a necessidade do setor”, relembra o agricultor, conhecido na região como Professor Pardal.
Rolo faca
Não satisfeito, anos mais tarde, sabedor da importância do solo e da necessidade de trabalhar todo ambiente produtivo da lavoura, Eliseu inventou o implemento que viria a batizar de Katrina, utilizado no sistema rolo faca, presente em todos os estados produtores do país.
“Até então, a gente não conseguia trabalhar com muitos tipos de cobertura, não tinha nada que pudesse acomodar a palha, fazer um trabalho uniforme em que a planta pudesse emergir parelha, numa condição boa. Esse maquinário veio para isso. Ele possibilitou trabalhar com diversos tipos de cobertura, melhoramos a condição de solo, a erosão, um trabalho muito eficiente que resulta numa produtividade maior”, afirma Schaedler.
Novo desafio
Em pouco tempo, Schaedler espera atingir a meta pela qual vem trabalhando nos últimos anos: alcançar as 300 sacas por hectare. Para tanto, conta com a parceira da Universidade Federal de Santa Maria, que desenvolve o projeto chamado “Desafiando e Construindo a Produtividade”.
Segundo o produtor, além da parceria acadêmica, o manejo desenvolvido na fazenda aliado à ação mecânica do rolo faca vai transformando o sonho em realidade.
“Hoje a gente sonha com uma produtividade maior do que o ano passado e o limite a gente não sabe. Mas com certeza vamos continuar correndo atrás porque o solo é nosso maior patrimônio. Então, sempre que identificamos uma necessidade de correção, focamos muito na produção de palhada para ter uma matéria orgânica significativa. E tudo isto vai nos aproximando das 300 sacas”, afirma Carlos Eduardo Dauve, gerente da fazenda Vila Morena.
O professor Elmar Luiz Floss, diretor técnico do Instituto de Ciências Agronômicas, de Passo Fundo. “O solo é o maior patrimônio de um agricultor. Não são as benfeitorias, não são as máquinas nem as tecnologias, a terra é o maior patrimônio. E ela precisa ter produtividade, rentabilidade e sustentabilidade.”
Também participa do encontro o presidente do Núcleo da Aprosoja Missões, Avelino Bertoldi. “O agricultor só terá o retorno necessário se acreditar na atividade. Ela precisa ser viável. Não adianta produzir 217 sacas e ter um custo de 217 sacas. Só se tem sucesso fazendo como manda a cartilha e obedecendo a tecnologia que está aí”, ensina Bertoldi.
Fonte: Canal Rural